Compra em função da localização, acede à internet na sua esmagadora maioria, tem uma conta de depósitos a prazo, é cada vez mais exigente – estas as conclusões do primeiro estudo sobre o consumidor angolano, feito pela Ucall e pela Mira, que assentou nas respostas dadas a 10 mil entrevistas realizadas.
O estudo, de âmbito nacional, e que permite conhecer alguns hábitos e opiniões dos consumidores angolanos, foi ontem apresentado em Luanda A pesquisa que foi realizada através de contacto telefónico, nas 18 províncias do país, a indivíduos de 15 e mais anos e revela o que pensa o consumidor nas áreas de Telecomunicações, Tv Paga, Banca e Distribuição/Retalho.
Segundo Filipa Oliveira, Directora Executiva da Market Intelligence Research/Angola (MIRA), o estudo mostra que a tendência dos consumidores em Angola é de ser mais exigente, pelo que esperam das empresas maior proximidade com os clientes com a criação de um canal privilegiado de contacto com os clientes.
Quanto aos resultados mais significativos nas áreas de estudo, na distribuição/retalho 44,3% dos consumidores responderam que o factor determinante na escolha do local de compras é a localização, sendo que os preços surgem em segundo lugar com 38,0% e a seguir a variedade de produtos com 11,1%.
O estudo revela ainda que existe uma tendência dos consumidores de optarem preferencialmente pelos supermercados. Sendo que os inqueridos no estudo responderam que 60,3% faz compras no mercado, 55,8% no Supermercado, 23,2% nos armazéns e 20,1% fazem compras na cantina. Em relação à banca, o BFA é considerado o banco com melhor atendimento ao cliente, com 19,1% dos votos, sendo que o Millennium Atlântico ficou em segundo lugar com 14,5%.
O estudo mostra ainda que 63,3% dos entrevistados tem conta bancária e 36,1% não está ‘bancarizado’ Sobre as telecomunicações o estudo revela que 63,0% dos inquiridos acede à internet, contra 36,9%, que ainda não está na rede. Quanto à avaliação das operadoras de telefonia móvel, os consumidores mostram-se insatisfeitos com os preços praticados e com a qualidade de atendimento ao cliente. Por outro lado, o estudo refere que quanto aos canais de contacto futuro dos consumidores o contactcenter vai ter o papel principal (51,2%).
Serão ainda importantes o e-mail (8,1%), Whatsapp (2%), SMS (11%), os chat (1%), Facebook (4,3%), loja (11%) e Internet (6,1%). Filipa Oliveira defende que as empresas devem rapidamente pensar na evolução de interacção com os seus colaboradores, adaptandose às novas realidades do mercado com grande influências das novas formas de se comunicar. Filipa Oliveira considera que, em termos gerais, na área das telecomunicações, existe uma satisfação dos consumidores que fazem uma avaliação positiva.
“Embora façam uma avaliação positiva, quando tencionam mostrar a sua insatisfação sublinham que as tarifas são altas e o facto de o valor do saldo ser elevado”, explica a responsável. Para Filipa Oliveira, o estudo alerta para a necessidade de as empresas optarem por decisões mais acertadas, face ao período que o país atravessa.
“As empresas devem agora ter alguma imaginação e criatividade para que possam vencer no mercado e assegurar os seus clientes”. O estudo foi elaborado pela Ucall e foi feito através de inquéritos telefónicos contendo cerca de 80 questões no total a quase 20 mil angolanos, distribuídos por todas as províncias do país, os quais foram validados, após análise técnica e preenchimento de quotas.