A melhor forma de administrar a linha de crédito Projovem, criada recentemente pelo Executivo, é o financiamento de cooperativas constituídas por corpos de gestão capazes de obter bons resultados, considerou, na sexta-feira, em entrevista à Angop, o presidente da Associação dos Empreendedores de Angola (AEA).
Jorge Baptista, sustentou que embora todo dinheiro posto à disposição dos empreendedores seja de crucial importância, o valor da linha de crédito Projovem, de quatro mil milhões de kwanzas, é insignificante para atender à procura nacional de financiamentos para a formação de negócios. Mais de 50 por cento da população angolana é jovem e se depara com dificuldades, sem grandes saídas e soluções à vista, notou o presidente da Associação dos Empreendedores de Angola.
Questionado sobre a expectativa do programa no seio da juventude, Jorge Baptista disse não esperar milagres, tendo em conta que, no mundo actual e nas economias modernas, a gestão define se o projecto é bom ou não. “Vamos esperar pelo resultado, mas pretendemos que quem for gerir saiba dar a credibilidade que todos esperamos”, afirmou.
Angola deveria seguir um modelo de empreendedorismo assente na criação de uma marca, uma proposta que a Associação dos Empreendedores de Angola já enviou aos órgãos de decisão do país e a outras instituições de revelo e um conceito que se pretende que venha a reger os processos de selecção e habilitação ao crédito.
Jorge Baptista defendeu que em Angola não deve haver sectores privilegiados para investimentos, porque todas as áreas são necessárias.
“O problema está em saber o que se quer atingir, as metas, mudar paradigmas, bem como hábitos e comprometer-se com os projectos, preparar as pessoas para o trabalho e não para esquemas”, declarou o presidente da Associação dos Empreendedores de Angola.
Mas, advertiu, os jovens empreendedores ou as pessoas que pretendam empreender precisam de todo tipo de ajudas, desde orientação, capacitação e formação. Em Angola, afirmou Jorge Baptista, mais de 60 por cento das empresas ou projectos de empreendendorismo cessam à nascença, o que está relacionado com vontade política e a necessidade se criarem negócios sustentáveis. “Estamos a fazer o contrário. Todo mundo quer ser empresário e no entanto não tem perfil nem marca”, disse.
A linha de crédito no valor de quatro mil milhões de kwanzas destinada a financiar projectos para jovens empreendedores foi aprovada a 12 de Janeiro pelo Executivo. O montante para cada projecto, caso aprovado pelas instituições afins, é o equivalente a 200 mil dólares (mais de 33 milhões de kwanzas).