Por um lado, no âmbito académico oferece-se um universo de conhecimentos para o aluno ser formalmente educado e tornar-se um gestor, usualmente, no mundo corporativo. Por outro lado, o mundo do empreendedorismo oferece muitas oportunidades de aprendizado, informalmente conhecidas no mercado em geral. Estas, bem captadas e desenvolvidas, enriquecem a prática de gestão para aqueles que acabam nesta área, mesmo sem uma educação direccionada na academia.

 

É importante que se tenha presente que o empreendedorismo carrega sempre o elemento “inovação”, sendo o factor principal, que difere das outras perspectivas no mundo de gestão. O empreendedor é distinguido na forma de como ele ou ela pensa, age e se posiciona no mundo de negócios. E não só, é também aquele que usualmente quebra convencionalidades. Qualquer um gestor pode gerir de uma perspectiva empreendedora, essencialmente, através de um conjunto de princípios, que contenham no seu DNA elementos inovadores.

A habilidade de gestão ganha-se fazendo, visto que a própria actividade, inerentemente, apresenta-se com uma dinâmica caracterizada por bastante incertezas, que ainda assim variam, consoante ao tipo de estrutura. A bagagem que um gestor adquire com os anos de experiência é que o torna um profissional competente. Por isso, é aconselhável que o gestor defina princípios, os quais servirão de linhas mestras para que a sua actividade gerencial seja desempenhada equilibradamente, e com sucesso. Esta abordagem oferece flexibilidade que permitirá adaptabilidade no que diz respeito às respostas relativamente às constantes mudanças de uma determinada organização, face a forma orgânica como ela se desdobra enquanto cresce, e as suas dinâmicas intrínsecas.

Com base numa perspectiva empreendedora, avança-se aqui, princípios aplicáveis de forma prática, em ambiente real.

1. Trabalho em equipa
Quando se pensa em trabalho em equipa, prioriza-se a comunicação dinâmica e clara, invés dos tradicionais organogramas que tendem a incentivar desnecessárias burocracias e reuniões longas. O mais viável é manter uma estrutura funcional, em que cada funcionário entenda a sua função e assume a responsabilidade da mesma, de forma autónoma. Por sua vez, o líder empodera o colaborador para motiva-lo a desenvolver-se profissionalmente. O gestor, na perspectiva empreendedora e de liderança, trabalha com os seus subordinados de maneira activa, para juntos alcançarem os objectivos organizacionais. Ele não dá simplesmente ordens, ou faz uma micro-gestão, ao ponto do colaborador perder voz e força dentro da estrutura organizacional.

2. Foco em criar e acrescentar valor
O gestor enfoca em a agregar valor a estrutura que gere, antes de procurar benefícios meramente pessoais. Entende que, o que ele oferece a organização enquanto profissional competente, recebe em directa proporção não só para o seu próprio benefício, mas também para o progresso da sua organização.

3. Adaptabilidade.
Primeiramente, tem que se contextualizar a gestão da organização do ponto de vista do mercado macro, contexto micro, cultural e das circunstâncias da estrutura em cada caso. O gestor deve considerar a volatilidade do mercado, especialmente em mercados emergentes como o de Angola, os desafios relacionados com os recursos humanos e as necessidades de cada funcionário, individualmente. Se por exemplo um subordinado faltar, ele pode cobrir a função deste, para que os trabalhos continuem a fluir. Outrossim, os funcionários devem ser incentivados a prepararem-se para se adaptarem as situações imprevisíveis, à medida que elas vão surgindo. Em suma, promover a polivalência, para questões pontuais, em todos os níveis da organização.

É importante também considerar a era moderna e aplicar políticas de gestão que vão de acordo aos tempos actuais. Por exemplo, o uso da tecnologia para suporte e sistematização do trabalho, a fim de aumentar a produtividade.

4. Objectividade e Foco
A definição de metas e objectivos cria um sentido de orientação e objectividade. Estes podem ser definidos de imediato, curto e médio prazos, dependendo da circunstância. Pelos motivos supracitados, a actividade de gestão requer compromisso e disciplina. O líder empreendedor é pontual, porque sabe que o tempo é um dos recursos e requerimentos cruciais para o sucesso. Deve-se manter sempre ordem, para se garantir o sucesso da actividade e o progresso da organização. A visão, a missão e os valores devem ser mantidos presentes na vida quotidiana da empresa. O gestor deve continuamente promover estes elementos para manter o foco e uma funcionalidade objectiva.

5. Trabalho Sistemático
A criação e aplicação de processos internos e externos, que ajudam o funcionamento da organização é um factor essencial que leva à sistematização. A planificação, calendarização, a supervisão do fluxo de trabalho e a comunicação periódica são exemplos de processos.

Existem rotinas fundamentais que devem fazer parte da gestão. De igual modo, certos recursos devem ser integrados e os vários componentes da organização devem funcionar em sincronização. Tendo o gestor o controlo desses elementos, ele poderá prestar maior atenção às tarefas ligadas, não só a manutenção, mas também ao crescimento da organização.

6. Aprendizado Contínuo
“O saber não oucupa lugar”. Neste contexto, a questão é mais profunda que o citado adágio. O gestor deve ter o aprendizado como prioridade, não só pelas constantes mudanças no mercado que requerem sempre actualizações; mas também para continuar a solidificar o seu ofício.

Mentalidade “Solucionista”. Cultivar uma forma de pensar diligente, a qual está sempre orientada em trazer soluções para os desafios e problemas.

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