O Xikila Money, uma instituição financeira angolana que baseia as operações no telemóvel, registou, dois meses depois do início das actividades, a abertura de mais de 20 mil contas, 75 por cento das quais de clientes transaccionais, de que 20 por cento são utilizadores desses aparelhos.
A informação foi dada ontem, em Luanda, pelo o director de Departamento de Marketing do banco, Dalmo Silva, numa conferência de imprensa dedicada à abertura e ao funcionamento do Xikila Money.
A instituição oferece, a partir de um telemóvel, serviços como depósitos a ordem, transferências interbancárias, envio de remessas nacionais, pagamento de serviços de telecomunicações, televisão, energia e em estabelecimentos comerciais, levantamentos, consultas de saldo e movimentos e alteração do código secreto.
O banco quer trazer para o sistema financeiro pessoas que não tenham conta bancária e optem por um banco próximo e fácil de contactar, sem longas filas.
A médio e longo prazo, o Xikila Money projecta desmaterializar o dinheiro físico e passar para o dinheiro digital, como acontece em alguns países do mundo de acordo com o director de departamento de Marketing.
Xikila Money tem três agências e 90 quiosques em Luanda, uma agência e 30 quiosques no Huambo, projectando elevar e instalar outros 110 destes últimos pontos de atendimento para 110, dos quais 90 na capital e 20 na cidade do planalto central.
À semelhança do que já acontece em muitos países africanos, o Xikila Money vai promover a inclusão financeira através da proximidade dos quiosques de rua e outros postos de atendimento caracterizados pela extrema facilidade e rapidez no processo gratuito de abertura de conta, que passa pela recolha de dados biométricos e fotografia do clientes. No Xikila Money o cliente pode fazer depósitos de até 80 mil kwanzas por dia. São accionistas do banco Xikila Money a empresa dos Correios de Angola com 20 por cento, a Empresa de Seguros de Angola ( ENSA) com dez por cento e o restante por capital privado.
Xikila é um modelo de banco com sistema financeiro mais simples e acessível, muito difundido no continente africano, onde, em 2016, instituições do género superaram a cifra de 277 milhões de contas. Em todo o mundo existem 500 milhões de contas registadas.
Mais de 40 por cento de adultos em países como o Quénia, Tanzânia, Zimbabwe, Gana, Uganda, Gabão e Namíbia são utilizadores activos.