O mês de Outubro em Angola, de modo geral, em termos de eventos na área de empreendedorismo e negócios, foi preenchido com eventos que focaram principalmente nas áreas de liderança. Não obstante, o sentimento de perda e falta de oportunidades, continuo a fazer morada no seio da juventude. Ainda é visível o mal que a palavra crise e, claro, a “situação” provocaram, não só na estrutura da sociedade, como também na forma de pensar.
Mesmo diante de más perspectivas, as oportunidades ainda existem e muitos escolheram o empreendedorismo.
A escolha, por exemplo, recaiu, logo no inicio do mês, com um projecto que os promotores afirmaram ser “o primeiro que reuniu três especialistas angolanos na área de negócios: Eng. Jorge Baptista, Prof. Zacarias Samba e o Dr. Mário Bragança”. Um incentivo e contributo para à área de liderança. Tratou-se do Workshop sobre Gestão estratégica de negócios.
Por outro lado, e como parte da gestão estratégica de negócios, Adilson Leal, formador e palestrante, também contribui, com a palestra gratuita, na Mediateca de Luanda, onde abordou sobre “O papel do profissional que atende o cliente”.
Outra iniciativa, na área de liderança, a segunda edição da Move Angola, promovida pela Academia de Liderança Mentora, completou o quadro sobre eventos ligados a está temática.
O MOVE Angola é uma conferência Internacional de Liderança em Luanda que, de acordo com os organizadores, nasceu com o objectivo de inspirar estudantes, mães, pais, jovens empreendedores, empresários, novos líderes e todos aqueles que fazem parte do crescimento de Angola e do Mundo.
Este ano, a Move Angola decorreu sob o lema “O Dinheiro, Empreendedorismo, Vida e Liderança”. O evento contou com 10 oradores, sendo quatro palestrantes cabeças de cartaz.
Noutra vertente, aconteceu uma outra iniciativa, na área da saúde, o IIIº Workshop Sobre Comunicação em Saúde: Prevenir para Viver – 2016 e a IIª Feira da Saúde e Bem-Estar. Este evento teve como objectivo reflectir sobre temas ligados à saúde pública e a sua abordagem nos meios de Comunicação Social.
E para finalizar o mês, aconteceu a semana do empreendedorismo na comunidade.
Está iniciativa que serviu para “preparar” a Semana Global do Empreendedorismo Angola, sob o lema “O Empreendedorismo Acelera Angola”, teve como objectivo desenvolver um ciclo de palestras gratuitas, sobre Empreendedorismo, destinadas aos jovens nos municípios de Luanda e baseou-se em 6 grandes eixos: Inspirar; Capacitar; Orientar; Conectar, Promover e Inovar.
Em 4 dias, jovens empreendedores e convidados, foram aos municípios de Cacuaco, Bairro Popular, Cazenga e Viana.
Para finalizar, destacamos uma iniciativa empreendedora que fez eco na comunicação social e não só, o Zungueira Run.
O Zungueira Run é um videojogo inspirado na categoria corrida infinita que basicamente, conforme afirmaram os mentores do jogo, nessa categoria existe quem foge e quem persegue. “Então procuramos no nosso país quem talvez praticasse a corrida infinita. Foi aí que encontramos as zungueiras, que encaixam bem nessa categoria de jogo. A zungueira foge e o fiscal persegue”.
Depois de terem começado a iniciativa de um modo curioso, hoje este projecto se transformou numa empresa que responde pelas actividades do grupo. “Como empresa, existe desde Agosto de 2016, mas o grupo já se reúne desde que os seus membros eram crianças”.
O grupo é composto por oito pessoas. Os que estão na área Executiva são três: Ariclene Cafumana (COO), Xande Pinto (CEO) e Elisandro Pegado (COO). Através do desenvolvimento de jogos e formações gratuitas para jovens interessados.
O “Zungueira Run” coloca-nos na pele de Mana Augustina, uma zungueira que tem de transportar um cabaz de mantimentos à cabeça. Fintando o trânsito da cidade, Mana Augustina tem de apanhar moedas, enquanto é perseguida por um fiscal. Se for apanhada, perde a sua mercadoria.
É como se fosse dar mérito às zungueiras pelo esforço que elas fazem. Esse trabalho é ilegal e elas fazem porque não tem outra forma de ter o seu sustento. São mães, mulheres e poderiam deixar de trabalhar, mas mesmo assim batalham, lutam para conseguir o sustento. Podiam ficar paradas e usar isso como desculpa, mas não, continuam a lutar para sustentar a sua família.