Um relatório faz o retrato da indústria nacional e confirma que o grau de informalidade da economia angolana revela- se da ordem de 60%

 

Uma pesquisa recente sobre o estado da indústria angolana permitiu apurar que cerca de 83% de unidades industriais no país não possuem alvará industrial e que 63% não têm qualquer personalidade jurídica, facto que confirma o estado de informalidade da economia angolana, que rondaros 60%.

O levantamento do tecido industrial angolano, cuja fase de recolha de dados teve início em 21 de Outubro de 2013 e terminou em 19 de Dezembro de 2014, foi elaborado pela GDS, Lda. – Gestão, Desenvolvimento e Serviços – e apresentado no Segundo Salão da Indústria Angolana que decorreu até Domingo, por Manuel Duque, representante da empresa.

De acordo com o relatório, 20,4% são sociedades por quotas e 10,2% a título individual. Esta situação, transversal a todas as províncias, aponta para a necessidade de se promover acções que visem o enquadramento das actividades informais e a desburocratização dos processos de legalização das indústrias.

O sector industrial, com maior predominância para o privado, é essencialmente composto por pequenas e microempresas, com 97%. Os restantes 3% correspondem a 98 grandes empresas e 91 médias empresas, na sua maioria nas províncias de Luanda e de Benguela.

O estudo, realizado por uma equipa multidisciplinar, na qual participou a estrutura central do Ministério da Indústria e as Direcções Provinciais, teve lugar de acordo com o despacho presidencial 67/13 de 2 de Setembro, do Presidente da República que determinou a realização do levantamento do tecido industrial angolano, sob a coordenação do Ministério da Indústria.

A recolha de dados foi feita através da aplicação de questionários, num processo de entrevista pessoal e presencial (industriais e/ou responsáveis pelas unidades industriais).

O levantamento identificou em todo o território nacional 7.410 unidades industriais, mais que o dobro (249%) do previsto (cerca de 3.000 unidades industriais), com maior incidência nas províncias de Luanda, Benguela e Uíge, 84% das quais no activo, 2% semiparalisadas e 14% totalmente paralisadas (994).

A nível nacional, 994 unidades industriais estão paralisadas. Algumas das unidades industriais têm potencial para ser revitalizadas e reactivadas, dada a sua localização, áreas de ocupação e interesse estratégico local e ou nacional.

Radiografia do tecido industrial da nação

Concentração: Luanda é a província onde as grandes indústrias transformadoras têm maior peso.

Infraestrutura: 42% das fábricas são servidas por estradas asfaltadas, 30,8% estão ligadas à rede eléctrica pública, 12% à rede pública de água e apenas 7% dispõem de rede pública de esgotos.

Emprego : as unidades industriais recenseadas empregam 95.390 trabalhadores, dos quais 93,7% têm nacionalidade angolana. O emprego no sector industrial registou um crescimento de 11,3%, entre 2013 e 2014.

Qualificações: Metade da população empregada na indústria não tem qualificação (52%) e apenas 3% são quadros superiores.

Produção: os produtos com maior volume de produção em 2014, foram os refrigerantes, as cervejas e as águas, o cimento, os artefactos de cimento, os tijolos, tintas, as embalagens de vidro, produtos plásticos e chapas metálicas.

Investimento: Os investimentos na indústria transformadora angolana, nos últimos três anos, tiveram maior expressão nos subsectores da ‘alimentação e bebidas’ e das ‘indústrias metalúrgicas de base e dos produtos metálicos’.

Produção: os valores de produção estimada da indústria transformadora apontam para mais de Kz mil milhões em 2013. Os subsectores que mais contribuíram foram as indústrias ‘alimentar, das bebidas e tabaco’ e ‘química e farmacêutica’. Os produtos com maior volume de produção em 2014, foram os refrigerantes, as cervejas e as águas, o cimento, os artefactos de cimento, os tijolos e as tintas, as embalagens de vidro e produtos plásticos José Dias e as chapas metálicas.

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